Líderes da Oposição Declararam para “Combater Crime Transnacional” Em Timor-Leste

Imagem : Líderes do Partido Frente Revolucionário Timor-Leste Independente (FRETILIN) e Partido Libertação Popular (PLL).
SAP News TL, Díli : Secretário-Geral da FRETILIN Mari Alkatiri, Presidente da FRETILIN Francisco Guterres Lú Olo e Presidente do PLP Taur Matan Ruak assinaram uma declaração conjunta que afirmar para combater crime transnacional e promover unidade nacional.
A Constituição da RDTL é a base do nosso Estado de Direito Democrático. A sua defesa exige respeito pela separação de poderes, rejeição de qualquer interferência política e a garantia de que a justiça permanece independente e acessível a todos os cidadãos. Sem este fundamento, o país arrisca-se a perder a confiança popular e a credibilidade internacional.
Apesar de mais de duas décadas de restauração da independência, Timor-Leste continua entre os países mais pobres da Ásia e da ASEAN. Enquanto países vizinhos têm avançado em diversificação económica, redução da pobreza e melhoria de indicadores sociais, o nosso povo continua a enfrentar carências básicas.
As causas são estruturais: ausência de diversificação económica, dependência excessiva de receitas petrolíferas, falta de investimento eficaz em saúde, educação e agricultura, bem como a persistência de desigualdades sociais.
É urgente inverter esta trajetória, aprender com as boas práticas regionais e adotar políticas de desenvolvimento sustentável e inclusivo.
De igual modo, os índices de perceção de corrupção colocam Timor-Leste em posições preocupantes, abaixo da média da ASEAN.
Esta realidade mina a confiança do povo nas instituições, afasta investimento estrangeiro e agrava a exclusão social. É imperativo adotar medidas concretas de transparência, reforço das instituições fiscalizadoras e responsabilização de todos os que violam a lei.
O país enfrenta hoje as consequências de políticas despesistas levadas a cabo pelos sucessivos Governos AMP, que aceleraram o consumo das receitas do Fundo Petrolífero sem a devida preparação para a economia pós-petróleo.
Este caminho comprometeu a sustentabilidade financeira do Estado e deixou a juventude perante um futuro incerto. Reafirmamos que a boa governação dos recursos naturais deve servir como alavanca para a diversificação da economia e não como fonte de dependência e fragilidade.
O passado do nosso povo é um ativo de resistência, coragem e solidariedade, mas também um passivo de divisões e erros. Assumir esta dualidade é essencial para que a maturidade política do presente nos permita corrigir rumos e evitar repetições.
O crime transnacional — tráfico de drogas, contrabando, corrupção, lavagem de dinheiro — representa uma séria ameaça à soberania e ao futuro do nosso Estado. Combater esses riscos exige modernização institucional, cooperação internacional e uma cultura de ética pública intransigente.
A unidade nacional é uma condição indispensável para enfrentar os desafios históricos do país. Essa unidade não significa uniformidade, mas sim colocar o interesse do povo acima de agendas pessoais e partidárias. Só assim garantiremos um futuro digno e democrático.
A reconstrução de uma causa comum exige hoje fundações sólidas, assentes numa plataforma intergeracional ampla e inclusiva, onde diferentes gerações possam contribuir com a sua experiência, energia e visão. Só com este diálogo aberto e construtivo será possível definir políticas públicas que respondam aos desafios do presente e antecipem as necessidades do futuro.
Trata-se de um compromisso que deve ultrapassar ciclos políticos curtos e visões setoriais, apostando numa agenda estratégica para garantir sustentabilidade, equidade e justiça social para todo o povo timorense.
Os jovens de hoje representam a maior riqueza e esperança de Timor-Leste. É fundamental que sejam vistos não apenas como beneficiários das políticas públicas, mas como participantes ativos no processo democrático e no desenvolvimento nacional.
A sua energia, criatividade, generosidade e entrega a causas justas são indispensáveis para renovar a vida política, fortalecer a cidadania e construir um país mais justo, moderno e inclusivo. Por isso, devem passar a ser o centro das preocupações políticas, numa visão que prepare de forma responsável a inevitável transição geracional.
A independência conquistada e restaurada é um ponto de partida para construir uma sociedade justa, inclusiva e próspera. Apelamos às novas gerações para que assumam este sentido de missão com coragem, inovação e compromisso.
O futuro de Timor-Leste dependerá da capacidade de transformar recursos em oportunidades, de consolidar os valores democráticos e de promover a paz social
A independência conquistada e restaurada é um ponto de partida para construir uma sociedade justa, inclusiva e próspera. Apelamos às novas gerações para que assumam este sentido de missão com coragem, inovação e compromisso.
O futuro de Timor-Leste dependerá da capacidade de transformar recursos em oportunidades, de consolidar os valores democráticos e de promover a paz social.
Com esta declaração conjunta, reafirmamos a nossa responsabilidade moral perante a Nação. Comprometemo-nos a contribuir, com a experiência acumulada, para o fortalecimento do Estado, a defesa da Constituição e a promoção de uma liderança centrada no povo e orientada para o futuro.
Díli, 10 de outubro de 2025
Mari Bim Amude Alkatiri
Fundador da RDTL, Ex-Primeiro Ministro da RDTL, Secretário-Geral da FRETILIN
Francisco Guterres Lú-Olo
Ex-Presidente do Parlamento Nacional e Ex-Presidente da RDTL, Presidente da FRETILIN
Taur Matan Ruak
Ex-Presidente e Ex-Primeiro Ministro da RDTL, Presidente do PLP